quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

NELSON TANGERINI AUTOGRAFA SEU LIVRO NO CALÇADÃO DA CULTURA


No próximo sábado, dia 18 de dezembro, a partir das 10:00h, o escritor Nelson Tangerini autografará o seu livro Nestor Tangerini e o Café Paris, que eu tive o privilégio de escrever o prefácio. O evento será no Calçadão da Cultura que fica na Rua Visconde de Itaboraí 222, Niterói, em frente à Livraria Ideal. Vale a pena conferir.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"AS NOVAS AVENTURAS DE JOÃO GRILO" NO TEATRO PRINCESA ISABEL


 Nos dias  11 e 12 de janeiro de 2011, às 20:00h, será apresentada no Teatro Princesa Isabel a peça As novas aventuras de João Grilo, de Lourdes Ramalho, dirigida por Zaira Zambelli e adaptada por mim e Madjer Geanini. Na peça, uma vovó conta ao seu netinho a trajetória de João Grilo e sua luta contra seres do mal como a Corrupção, a Poluição e a Inflação.
 O Teatro Princesa Isabel fica na Av. Princesa Isabel, 186 - Copacabana.
Telefone: 2275-3346
Preço: R$ 20,00
Censura: Livre.
Vale a pena conferir.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NELSON TANGERINI LANÇA LIVRO NA CASA DAS ARTES EM SÃO GONÇALO


Um dia desses eu disse de brincadeira para meu amigo, o escritor, professor e jornalista, Nelson Tangerini que o melhor de seu novo livro era o prefácio. Claro que não estava falando sério, falei isso porque fui eu que tive a honra de fazer o prefácio do seu livro Nestor Tangerini e o Café Paris que terá uma noite de autógrafos na Casa das Artes de São Gonçalo no próximo dia 10 de dezembro, às 19:00h.
A Casa das Artes fica na Rua Feliciano Sodré próximo à Praça Zé Garoto.
Vale a pena conferir.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

UMA TROVA PARA PATRÍCIA HADLICH

Uma trova para a linda repórter Patrícia Hadlich, que agora está dando o ar de sua graça no Canal Futura.


Suas matérias no Jornal Futura,
Enchem meu peito de contentamento,

Matérias que despertam um sentimento,

De um longo aprendizado e de cultura.



Falam de música e Literatura,

De educação e entretenimento,

Suas reportagens são momentos,

De inteligência e de doçura.



(Jorge Eduardo Magalhaes)



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"VIP SIM, E DAÍ?" EM CARTAZ NO TEATRO PRINCESA ISABEL


 Nos dias 7 e 8 de dezembro, às 20:00h, será apresentada a minha peça Vip sim, e daí?, no Teatro Princesa Isabel, com a direção de Zaira Zambelli. Na comédia, Jacira, a vencedora de um reality show, gasta todo o dinheiro do prêmio comprando uma cobertura na Avenida Atlântica, no prédio onde seu marido é porteiro, para receber celebridades na noite de Reveillon.
 O Teatro Princesa Isabel fica na Av. Princesa Isabel, 186 - Copacabana.
 Telefone: 2275-3346.
 Classificação: Livre.
 Preço: R$ 20,00
 Vale a pena conferir

domingo, 31 de outubro de 2010

LANÇAMENTO DE NOVO LIVRO DE NELSON TANGERINI


  Recentemente foi lançado, pela Editora Nitpress, o livro Nestor Tangerini e o Café Paris, escrito pelo meu amigo Nelson Tangerini, livro este, pelo qual, tive a honra de escrever o prefácio. Nesta obra, Nelson Tangerini publica algumas de suas crônicas sobre o Café Paris, local frequentado por poetas de Niterói, a então capital do Rio de Janeiro, na década de 20 e um destes poetas era Nestor Tangerini, pai do autor.   Não deixe de ler esta obra de grande valor histórico e literário. Adquira pelo site da Nitpress: http://www.nitpress.com.br/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO MAGALHÃES PUBLICADO NA REVISTA TERRORZINE Nº 21






TerrorZine – Minicontos de Terror nº 21 18



Ademir Pascale e Elenir Alves (org.)

O Anjo do Portal

(Jorge Eduardo Magalhães)

 Não fique assim, não chore! Vai borrar toda a sua maquiagem, não estou fazendo isso por mal, só te amarrei pra você não ir embora. Só tampei sua boca com adesivo pra você não gritar.
 Você foi mais uma escolhida. Você é uma privilegiada, quem te escolheu foi o Anjo do Portal! Você sabe quem é o Anjo do Portal? É um ser divino que ilumina a minha vida e só aparece pra mim, estou vendo-o agora bem na minha frente. Ele é a luz, a razão da minha vida! Se não fosse ele eu já tinha me matado. Ele me falou que você tinha uma maldição e eu, como seu mensageiro, tinha que te livrar dela. Por isso que paguei o programa e te trouxe para este quarto de hotel imundo, para te purificar. Não adianta chorar, é impossível fugir. Está chegando a hora, o Anjo do Portal me fez um sinal e este punhal vai te livrar do teu tormento e purificar a tua alma!
 Te amo querida!

Conheçam a Revista Terrorzine: http://www.divulgalivros.org/terrorzine21.pdf
                                                 http://www.cranik.com/terrorzine.html

Jorge Eduardo Magalhães nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de fevereiro de 1972. Em 1997 Graduou-se em Letras pela Faculdade de Humanidades Pedro II tendo as especializações em Literatura Brasileira e Portuguesa, ambas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É mestrando em Literatura Portuguesa
pela UERJ.

sábado, 25 de setembro de 2010

SONETO DE UM AMOR IRREAL


Há muito tempo, amei quem não existia,
E toda noite com ela eu sonhava,
Meu eterno amor, eu lhe declarava,
Mas, na verdade, ela não me ouvia.

Todas as vezes, quando anoitecia,
Repleto de paixão eu me deitava,
Sempre pensando nela, eu suspirava
E, com serenidade, adormecia.

De mãos dadas, andávamos na areia,
Caminhávamos pela beira do mar,
De dia e nas noites de lua cheia,

Como era gostoso lhe abraçar,
E vinha o triste dia que clareia,
Para mim era triste despertar.

(Jorge Eduardo Magalhães)

domingo, 5 de setembro de 2010

UM SONETO PARA MAFALDA


Personagem, menina prodígio,
Musa pseudo-intelectual,
Suas chatas tirinhas de jornal,
Deram-te desmerecido prestígio.

Seus chatos comentários são litígios,
Um modelo de criança sacal,
Sempre numa situação banal,
Talento, não deixa o menor vestígio.

Sempre politicamente correta,
Seus quadrinhos deveriam ser mudos,
Pois só diz coisas óbvias diretas,

Vou desabafar, vou te dizer tudo,
Creio que esta é a atitude mais certa,
Se fosse real, te dava um cascudo.

(Jorge Eduardo Magalhães)

sábado, 14 de agosto de 2010

NOITES PERDIDAS


Minha querida Patrícia
Na minha luta diária,
Vejo dicas literárias,
No RJ notícias.

Ficaria feliz da vida,
Se numa sexta falasse,
E minha obra mostrasse,
Vagando na noite perdida.

(Jorge Eduardo Magalhães)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL TREM ITABIRANO-MG





O reserva
 Do banco de reservas, observava o fiasco do seu time, lanterna da terceira divisão, perdendo em casa por seis a zero. O técnico, seu Joça, gritava as instruções para os jogadores em campo.
Alguém se aproximou dele e disse:
  - Você não joga nada!
 - Você não me viu jogando!
 - Nem precisa, pra ser reserva dessa porcaria!
 Sua cólera fez com que se lembrasse de um antigo sonho do início da carreira que nunca iria se realizar. Imaginava jogar num time grande e ser convocado pra seleção brasileira. E que estava jogando na final de uma Copa do Mundo realizada no Brasil contra a Argentina, o jogo estava zero a zero e aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, marcava um gol dando o título ao Brasil. Finalmente, levantava a taça com milhares de brasileiros gritando o seu nome. Despertou do sonho com o sétimo gol que seu time levou.
 - Que técnico incompetente, retranqueiro – pensou, eu faria diferente.
 Foi quando decidiu parar de jogar e se dedicar à carreira de técnico. Primeiro tiraria seu time do buraco e chegaria a técnico da seleção brasileira, onde numa final conta a Argentina faria uma substituição de um jogador que logo ao entrar em campo faria o único gol da partida dando o título ao Brasil, seu nome como técnico seria aclamado e...

                                                   (Jorge Eduardo Magalhães)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

VOLTA PATRÍCIA


Ela não deu mais o ar de sua graça,
Não aparece mais naquele jornal,
Não apresenta a agenda cultural,
Onde sua beleza sempre realça.

Não aparece em nenhum momento,
Não fala da violência diária,
Nunca mais nos deu as dicas literárias,
Muito menos a previsão do tempo.

Quero que Patrícia reapareça,
Para as novidades nos informar,
E a nova emissora vir te mostrar,
Para que o povo nunca mais te esqueça.

(Jorge Eduardo Magalhães)

NOVO LINK PARA ADQUIRIR MEU ROMANCE



O novo link da editora para quem quiser adquirir meu romance Vagando na noite perdida é: http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=206&idProduto=207

Leiam trecho da orelha do livro escrita pelo professor, escritor e jornalista Nelson Tangerini:

Enquanto o corpo da bela e loira Gisele jaz nu e adormecido - para sempre? - sobre a cama de um imundo e fétido quarto da Lapa, fazendo-nos lembrar, rapidamente, de um longínquo poema de Castro Alves, seu atormentado e tenso namorado resolve passear pelo reduto boêmio daquela região. O autor de Vagando na Noite Perdida passeia pelo mundo (a velha Lapa) de Manuel Bandeira, fazendo uma verdadeira geografia machadiana daquele local que um dia fora familiar e muito chique. É a história do submundo da Lapa, do submundo das grandes cidades. Histórias como estas tomam as páginas policiais de nossos jornais sensacionalistas todos os dias.
(...)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL POLEGAR - NOVO HAMBURGO/RS


O noivo da suicida

 Foi ao hospital fora do horário da visita, conseguiu convencer os enfermeiros, não queria correr o risco de se deparar com nenhum familiar de Cecília. “A culpa foi sua!” “Canalha!” Tinha certeza de que ouviria isso, talvez até partissem para a violência física.
 Namoraram desde garotos, mas a relação estava desgastada, Cecília era extremamente ciumenta, possessiva, sentia-se sufocado. Havia conhecido Cristina, uma pessoa maravilhosa, que o compreendia e o incentivava a realizar todos os seus sonhos. Enquanto Cecília sempre o ridicularizava, baixando ainda mais a sua auto-estima.
 Não tinha culpa de nada, ninguém era obrigado a ficar com ninguém. Não era culpado se a louca da Cecília, depois que ele terminou o namoro ateou fogo no próprio corpo.
 Entrou no quarto, ela estava sedada, ficou observando seu corpo enfaixado e sentiu um enorme aperto em seu coração. Sim, a culpa era toda dele, ele tinha que ter preparado Cecília para o rompimento do compromisso.
 Agora se sentia na obrigação moral de se casar com Cecília, afinal, ela arruinara sua vida por causa dele.
 Saiu do quarto com os olhos úmidos, no corredor do hospital pensava em terminar tudo com Cristina, seria duro, mas ele se sentiria melhor.
 Cristina o esperava na porta do hospital e ele estava decidido.
 - Cris, preciso muito falar contigo, tomei uma decisão muito séria.
 - Pode falar, meu amor.
 Ficou calado por alguns instantes e disse:
 - Querida, te amo muito, por isso quero me casar contigo.
 Trocaram um apaixonado beijo.
 
                                              (Jorge Eduardo Magalhães)

sábado, 7 de agosto de 2010

BLOG LITERÁRIO PUBLICA RESENHA SOBRE ANTOLOGIA SOLARIUM 2



O blog "Cooltural" publicou uma resenha sobre a antologia Solarium 2 e destacou meu conto "Manuscrito de viagem". Confira:

 Antologias são ótimas ferramentas literárias, tanto para quem ler quanto para quem escreve. A princípio pode-se enumerar alguns fatores que contribuem para isso. Primeiro é que elas reúnem textos (contos, poemas ou crônicas) sobre determinados temas específicos, e aí faz com que o leitor vá direto àquelas com temas que lhe agradem. Segundo, permite que os leitores conheçam novos autores, com estilos diferentes permitindo que se experimentem aperitivos com textos curtos desses autores. E por fim, oportuniza que novos autores se lancem no mercado editorial, um texto publicado em uma antologia pode ser o passo inicial para que autores se tornem grandes figuras do mundo das letras. Solarium 2 (2009) é uma antologia de contos de ficção-científica organizada por Frodo Oliveira e publicada pelo selo anthology da editora Multifoco.
 Ficção-científica é de longe um dos temas que mais chamam a atenção dos leitores, e apesar de ser fantasioso, a fuga da realidade aqui se dar bem menos do que nos romances ditos de Fantasia. Nada de monstros mágicos em mundos encantados, o que temos aqui é mais um olhar de possibilidades futurísticas.   Coisas da ficção-científica que há muito eram consideradas fuga de realidade se mostraram possíveis com os avanços da tecnologia, e os robôs de Asimov estão aí para provar isso. Aqui há um leque maior de subtemas. Invasões de alienígenas, destruição do mundo, abduções, curam de doenças, exploração de outros planetas, evolução de outras espécies, tudo isso é o que sai da mente desses novos escritores que se buscam não só em si, mas em outras referências para comporem suas próprias – e às vezes primeiras – histórias.
 O termo solarium, como o próprio livro explica, refere-se ao termo grego que significa relógio e era usado para designar uma antiga constelação extinta no século XIX e que se localizava entre Horologium, Hydrus e Dorado. Aqui há muito mais que aventuras espaciais. O conto que abre a antologia nos leva a um mundo futurista onde já é possível a exploração de outros planetas e a tecnologia do avatares é algo comum entre os povos. Mas além de temas deste naipe há contos que usam a fantasia apenas para nos inserir em temas sociais e muito verdadeiros, alguns contos caem de forma sadia no clichê das catástrofes ambientais e nos apelos ecológicos, mas é válido se feito de forma inovadora e isso acontece com alguns contos aqui presentes.
 Alguns merecem maior destaque como Beta Teste, A Estrela Cadente, Heliófilos, A Nave dos Deuses, Herança, A Sala das Garrafas, Entre o Céu e a Terra, O Espelho, Roswell, Manuscrito de Viagem e Sapiens. Ao todo são 25 contos escolhidos de forma a integrar uma diversidade de abordagens do gênero. A viagem no tempo é um evento incluído e bem abordado por Jorge Eduardo Magalhães, mas algo que surpreende é a discussão filosófica e biológica do conto Sapiens onde os anfíbios evoluem e tornam-se a espécie sucessora dos humanos aqui na terra, e a aposta é que os homens partam para outros mundos, para quem atentar bem há muito mais aqui do que mera divagação, se formos ver não fomos desde o princípio a espécie dominadora. Nossa sociedade é totalmente desconstruída e reconstruída com a presença de andróides e nos remete às guerras e disputas entre raças no conto Heliófilos.
 Cada conto é precedido de uma imagem que o ilustra. As ilustrações são belíssimas e são assinadas por Jou Martins e J. Fox, que por sinal assina um conto com Misael Archanjo, Entre o Céu e a Terra. Esse conto, que parece ser o maior de todos, há toda uma construção e descrição mais detalhada, assim como mais suspense e mistério. Temos dessa vez pessoas em experimentos científicos, com uso de vírus que confere poderes especiais às suas cobaias, com uma ponta dos contos policiais, esse se destaca pela discussão do assunto bioético.
 Solarium 2 (Multifoco, 196 pág.) além de ser uma continuação do primeiro volume é uma experiência única para os fãs do gênero. Apresenta-nos novos autores e nos faz viajar em suas criações e hipóteses, sejam elas fantasiosas, futuristas ou qualquer que venha a ser a vertente. Vale conferir. Recomendo!

(Ademar Júnior)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O CARNAVAL NA INTENDENTE


O carnaval da Intendente
Não tem luxo nem riqueza,
Mes excede na beleza,
Contagia toda a gente.

O carnaval na Intendente,
Espanta toda a tristeza,
E temos plena certeza,
Que não sai da nossa mente.

Criativas fantasias,
Espetáculo, esplendor,
Adereços e alegorias,

Causam ao povo um furor,
Vibração e euforia,
Alegria com clamor.
(Jorge Eduardo Magalhães)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL POLEGAR / NOVO HAMBURGO-RS



Reunião familiar


 - Tem certeza de que você não quer ir?
 - Não iria me sentir bem, você sabe disso.
 - Mas é aniversário da minha mãe, você não deve nada a minha família.
 -É melhor que eu não vá. Leva o Pedro, ele vai gostar.
 Joana beijou a companheira, pegou o filho pela mão e saíram de carro. No trajeto foi recordando o quanto sofreu ao revelar à família a sua opção sexual e sua paixão por Rita. Foi discriminada, colocada para fora de casa, e quando chegava às reuniões da família todos se cutucavam e cochichavam.
 Lutou, virou uma empresária de sucesso com a ajuda de Rita, como a amava! Nem se lembrava mais quem era o pai de seu filho, ela e Rita cuidavam com carinho de Pedrinho.
 Chegou à casa da mãe onde toda a família estava reunida, o silêncio foi geral. Todos, de repente, voltaram ao normal e abraçaram Joana quando ela tirou do carro presentes para a mãe e toda a família.

                                                    (Jorge Eduardo Magalhães)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

VISITEM MEU TWITTER



Visitem meu twitter. Lá vocês poderão falar comigo e acompanhar meu trabalho literário. O endereço é:

http://twitter.com/jedumagalhaes

Obrigado pelo carinho
Jorge Eduardo Magalhães

segunda-feira, 21 de junho de 2010

CRÍTICO LITERÁRIO DA FOLHA CARIOCA FAZ RESENHA SOBRE MEU ROMANCE "VAGANDO NA NOITE PERDIDA"

Haron Gamal


O crítico literário e colunista do caderno "Ideias" do JB, Portal Literal e Folha Carioca fez uma resenha sobre o meu romance Vagando na noite perdida para a revista Folha Carioca que sairá no próximo número. Confiram:

Escritor carioca recria um Rio de personagens noturnos

 

    O atual momento da literatura brasileira é muito positivo, tanto para a poesia como para a prosa de ficção. As diversas tendências convivem harmoniosamente e, mesmo que exista a eterna reclamação de que o brasileiro lê pouco, nossos autores são editados, os novos acabam tendo também sua chance no mercado editorial. Na poesia, despontam Eucanaã Ferraz, Adriano Espínola e Carlito Azevedo, entre outros; na ficção, há uma interminável lista de bons escritores, como Daniel Galera, Bernardo Carvalho, Milton Hatoum, Cristovão Tezza, Adriana Lisboa e tantos outros muitas vezes imerecidamente esquecidos pelo crítico que tenta guardá-los de memória. Devido ao alto nível da atual literatura brasileira, tornam-se cada vez mais exigente a originalidade, a proposta e a criatividade lingüística daqueles que enveredam por esse caminho temerário.
  Jorge Eduardo Magalhães não se intimida diante de pares extremamente requintados. No seu mais novo romance, Vagando na noite perdida, ele assume o desejo de fazer uma literatura rodriguiana, já que também é autor de várias peças teatrais, como Tia Plácida e os Caras de Palco. Num clima noturno, onde se mostram influências de Noites na Taverna e Macário, de Álvares de Azevedo, seus personagens transitam por um Rio de Janeiro que aponta a vitória de poucos e a decadência e a marginalidade de tantos outros. Não que não sobressaia nas entrelinhas um Rio de Janeiro solar, onde paira também uma espécie de prazer e sortilégio. Seus personagens, no entanto, não têm a satisfação de experimentar este sabor; são malandros, exploradores de menores, prostitutas, pederastas, travestis e até mesmo assaltantes à mão armada.
  Narrando em primeira pessoa, o protagonista percorre as ruas da Lapa, da Glória e do Centro, numa noite fechada em que não há nenhuma concessão à Lapa glamorosa que conhecemos nos dias de hoje. Durante a caminhada, que dura por toda a madrugada, ele faz um balanço de toda a sua vida, ressaltando sempre a origem burguesa, o fato de ter jogado fora todos os prognósticos de se tornar um homem de sucesso, para depois nos narrar o mergulho na decadência, o melancólico fim do seu casamento, o abandono ao filho e a afinidade crescente com o álcool e com a marginalidade.
  A narrativa, embora curta, é bem estruturada, permitindo que se possa entender com clareza a rememoração proustiana do protagonista. São citadas passagens de vários autores clássicos, como o já mencionado Álvares de Azevedo, Byron, Dostoievski, Nelson Rodrigues etc., o que demonstra a boa articulação da narrativa com a obra desses escritores.
  O narrador sempre se vê às voltas com uma mulher misteriosa, acabando por segui-la e nos narrar a peripécia quando a narrativa já está próxima do final. Além da surpresa em relação à misteriosa Gisele, prostrada numa cama de hospedaria barata – onde mora o narrador – durante todo o passeio do personagem, fica impressão de que o relato poderia ser apenas um delírio, desses que só a ambientação numa noite contraditória como a do Rio é capaz de proporcionar.
  Walter Benjamin, em Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo, atesta a cidade e o homem urbano como objetos estéticos na obra do poeta francês. O flanar baudeleriano soube elevar a nível poético também o ser humano decaído, como a mendiga, o bêbado e mesmo o assassino; a poesia se apresentava como uma espécie de religião, ou salvação, para toda uma fauna urbana que antes não possuía encanto e, nas artes, nem existia. Em tempos pós-utópicos, o ser humano, restolho de uma sociedade altamente tecnocêntrica, se vê abandonado por qualquer espécie de divindade. Nem mesmo a arte seria capaz de salvá-lo. É a impressão que fica após a leitura de Vagando na noite perdida.
  A única ressalva que se pode fazer em relação ao livro é a respeito de certo descuido no nível de linguagem. Magalhães constrói um personagem que possui curso superior, formou-se em universidade pública, tem um bom nível de leitura, mas comete algumas escorregadelas ao nos contar sua história. Apesar de ele viver num ambiente degradado, não significa que a linguagem necessariamente deva ser negligenciada.
  O autor está no segundo romance. Antes, apresentou o também interessante Coração Venal. As vicissitudes da escrita não estragam, no entanto, o prazer que o livro proporciona, tendo Magalhães plenas condições de nos apresentar futuramente uma obra que poderá consagrá-lo no universo da ficção.

Haron Gamal (Professor e doutor em Literatura Brasileira pela UFRJ)




Vagando na noite perdida

Editora Multifoco

72 páginas

segunda-feira, 7 de junho de 2010

JORGE EDUARDO MAGALHÃES CONCEDE ENTREVISTA A BLOG.

Capa do livro Mulheres, de Kris Rikardsen

Nesta última semana concedi uma entrevista para o blog da escritora Kris Rikardsen onde falei sobre meu último romance Vagando na noite perdida, minhas publicações anteriores, minha trajetória como autor teatral e meus projetos para o futuro. Confiram minha entrevista e aproveitem para olhar o blog e a obra desta grande escritora: http://krtopazio.blogspot.com/2010/06/jorge-eduardo-magalhaes.html.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

PATRÍCIA VOLTOU



Patrícia voltou


Patrícia voltou,
Voltou e veio para ficar,
Que bom que não nos abandonou,
Que bom que ela não saiu doar.

Eu senti saudades,
Da Patrícia na televisão,
Narrando os fatos da nossa cidade,
Trazendo alegria ao meu coração.

Mas Patrícia ressurgiu,
E toda a cidade sorriu.

(Jorge Eduardo Magalhães)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PREFÁCIO DO NOVO LIVRO DE NELSON TANGERINI FEITO POR JORGE EDUARDO MAGALHÃES

 Nelson Tangerini em Niterói

Ainda neste ano será publicado o livro Nestor Tangerini e o Café Paris, pelo qual tive a honra de fazer o prefácio. Confiram:

OS PARISIENSES DE NITERÓI
 Quando ouvimos falar em Literatura Brasileira da década de 1920 lembramos logo da Semana de Arte Moderna realizada nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, com Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia e os demais jovens paulistas que tinham como finalidade colocar a cultura brasileira a par das vanguardas européias, ao mesmo tempo em que pregavam a consciência da realidade brasileira.
 Nesta mesma década em Niterói, a então capital do estado do Rio de Janeiro, um grupo de poetas satíricos formado por Nestor Tangerini, Luiz Leitão, Renê de Descartes Medeiros, Luiz de Gonzaga, entre outros, reuniam-se, com frequência no extinto Café Paris para discutir literatura e declamar seus poemas, nome este que deu aos seus poetas freqüentadores a alcunha de “parisienses”.
 Nestor Tangerini, paulista de Piracicaba, autor de revistas como O tabuleiro da baiana e Gol; caricaturista e poeta satírico podia ser visto constantemente com seus amigos no Café Paris para falar de literatura e fazer trovas e sonetos que tratavam do cotidiano. Satirizavam a si mesmos ou uns aos outros, os seus vícios, suas manias e nem na hora da morte deixavam de fazer troças com os companheiros – como o caso de Nestor Tangerini, que, ao saber do falecimento de Luiz Leitão, o maior poeta humorístico fluminense, em 1936, escreveu uma trova onde os vermes, ao receberem o corpo de Leitão sepultado, comemoravam ter cachaça. Exaltavam a bela Atalá, linda moça niteroiense que arrancava suspiros dos parisienses, faziam soneto-propaganda para as lojas da cidade e ainda satirizavam as senhoras casadas que se mostravam zangadas com rapazes galanteadores, mas acabavam dizendo o endereço de suas casas.
 Embora escrevessem sonetos e, de forma geral, poemas com rimas e métricas lembrando claramente o estilo parnasiano, podemos considerar que os parisienses formavam uma espécie de Modernismo Fluminense ainda muito pouco conhecido e estudado pelo seleto meio acadêmico.
 Neste livro, Nelson Tangerini, filho de Nestor, jornalista e professor de literatura, não faz só uma homenagem ao seu pai, mas ressuscita o Café Paris, que em janeiro de 1943 foi demolido para a construção da Avenida Amaral Peixoto, e todos os parisienses de Niterói, dando-lhes o destaque merecido nos cânones da Literatura Brasileira.



(Jorge Eduardo Magalhães – Escritor, professor de Literatura e mestrando pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

Prefácio do livro NESTOR TANGERINI E O CAFÉ PARIS - NITERÓI, RJ, ANOS 1920.
DE NELSON TANGERINI, EDITORA NITPRESS, 2010.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO MAGALHÃES NO JORNAL POLEGAR - NOVO HAMBURGO-RS



A privilegiada
 “Sou muito feliz, meu pai é um bem sucedido empresário da área de hotelaria e minha mãe é dona de uma rede de academias de ginástica., tem filiais em todo o país.
 Todos os anos viajo para um país diferente. Já fui à França, Espanha, Suíça, Argentina; ano passado fui a Portugal, conheci Lisboa, Coimbra, Cascais, Porto. Talvez esse ano nos vamos conhecer o Canadá.
Portanto, não podemos namorar, somos de classes diferentes, meus pais não iriam aceitar. Sou cortejada pelos melhores partidos desta cidade. Sei que você gosta de mim, mas é impossível que aconteça alguma coisa entre nós, aliás, acho que você está querendo demais, não acha?
 Espero que você não fique chateado com a minha sinceridade, mas não queria despertar falsas expectativas em você. Agora tenho que ir, pois tenho que acompanhar meus pais a um jantar na casa do governador, o filho dele é apaixonado por mim. Adeus!”
 Ficou observando o seu pretendente, cabisbaixo, afastando-se até desaparecer. Pegou o ônibus para o subúrbio onde morava, sua casa era humilde e ao entrar, seu pai, bêbado, sussurrou:
 - Por que você demorou tanto?
 - Desculpe a demora, é porque eu estava até agora conversando com o filho do governador, ele é apaixonado por mim, eu disse que o nosso amor é impossível, que sou de família pobre; mas ele disse que não se importa com isso e...

                    (Jorge Eduardo Magalhães)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

SAUDADES DE PATRÍCIA




Da bela Patrícia sinto saudades,

Receio nunca mais aparecer,

A sua linda imagem na tevê,

Dando notícias da atualidade.



Da bela Patrícia sinto saudades,

Tenho medo de nunca mais lhe ver,

Novos fatos do dia me trazer,

Vê-la é primícia de felicidade.



Sinto saudades da bela Patrícia,

Pois eu suplico para ela voltar,

O seu mais lindo e singelo falar,

Aos meus ouvidos é uma carícia.

(Jorge Eduardo Magalhães)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO MAGALHÃES PUBLICADO NO JORNAL POLEGAR - NOVO HAMBURGO-RS



A mulher do Almeida
 Depois de um intenso dia de trabalho, Almeida, como sempre, voltava mal humorado para casa, pois sabia que ao chegar se depararia com sua mulher gorda, deitada no sofá e sempre vinha a mesma frase em seu pensamento: não foi com essa mulher que me casei.
 Quando entrou em casa levou um susto, a casa estava vazia, os móveis, os eletrodomésticos, a mulher, tudo havia desaparecido. Somente ficara o espelho do banheiro onde tinha um bilhete colado com chiclete mascado, era de sua mulher:

 “Almeida,
 Estou indo morar com o Adaílton, desculpe levar tudo de casa, mas estou começando um vida nova. Não me procure nunca mais.”
 - Mas que vaca! – rosnou Almeida – Ela tinha que levar as coisas de casa?
 Pensou em dar um tiro, uma facada, mas chegou à conclusão de que não valia a pena. Era muita traição, afinal o Adaílton era o seu melhor amigo.
 Com tristeza lembrava-se dos móveis que mandou fazer, da geladeira que gelava sua cervejinha, da televisão, que ainda estava pagando e onde assistiu o seu futebol, do fogão em que fazia seu mocotó, sua feijoada.
 O tempo foi passando e junto a raiva foi amenizando, aos poucos Almeida conseguiu comprar tudo de novo.
 Um dia recebeu uma visita inesperada.
 - Adaílton! O que você está fazendo aqui, seu traidor!?
 - Não tenho dormido à noite, me sinto muito mal com o que fiz e tenho que me retratar contigo.
 - Entra, desgraçado!
 Adaílton entrou e se sentou. Seu constrangimento era visível.
 - Sei que fiz muito mal em ficar com a sua mulher, mas é que nos apaixonamos e faço questão de te devolver todos os móveis e eletrodomésticos.
Almeida se levantou, abraçou o amigo e começou a chorar.
 - Não precisa, pode ficar com tudo. Você é o melhor amigo que eu já tive! Obrigado, meu amigo! Obrigado!
 Abriram uma cerveja para brindar à velha amizade.
 
(Jorge Eduardo Magalhães)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

"VAGANDO NA NOITE PERDIDA" À VENDA NO SITE DA EDITORA MULTIFOCO

Caros amigos
Meu romance Vagando na noite perdida já está à venda no site da Editora Multifoco. Com certeza vocês vão gostar do romance não vão conseguir parar de ler ´do início ao fim. o site é: http://www.editoramultifoco.com.br/catalogo2.asp?lv=257

Agradeço a todos pelo carinho.

"OS CARAS DE PALCO" EM CARTAZ NO TEATRO PRINCESA ISABEL



Nos dias 5 e 6 de maio, às 21:00h, no Teatro Pricncesa Isabel, será apresentada minha peça "Os caras de palco", com a direção de Zaira Zambelli. A peça é livremente inspirada em "O Mambembe", de Artur Azevedo. A peça é uma comédia e mostra a trajetória de uma companhia de teatro que vai fazer uma apresentação numa cidade do interior onde enfrenta problemas como a falta de recursos e os interesses políticos locais. O Teatro Princesa Isabel fica na Av. Princesa isabel 186 - Copacabana. Vale a pena conferir.
Censura: Livre
Preço: R$ 10,00

sexta-feira, 9 de abril de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL POLEGAR - NOVO HAMBURGO - RS




Quarenta e sete cromossomos

  Tinha onze anos o menino e o pai o olhava com desprezo. Invejava o vizinho que tinha um filho da mesma idade que o seu e que se desenvolvia de acordo com a sua idade, enquanto que o seu tinha a mentalidade de uma criança de quatro ou cinco anos.
  No dia em que ele nasceu não entendeu inicialmente quando o médico disse que seu filho era uma criança especial, mas à medida que ele crescia percebia mais.
  Estava cansado dos comentários hipócritas do tipo “essa criança é um presente, a sua alegria”, ou, “uma bênção de Deus’.
  Sentia cada vez mais asco e desprezo por aquela criatura bizarra, com quarenta e sete cromossomos, olhos puxados e formas roliças. Nunca teria sua independência, nem lhe daria netos, sentia ódio da esposa quando acariciava aquela aberração.
  Seu filho brincava no terraço, odiou-o como nunca, teve o impulso de empurrá-lo, era alto e ele acabaria de vez com seu tormento. Foi se aproximando do filho e quando estava pronto para empurrá-lo, o filho virou-se para ele dizendo um carinhoso “papai”. Sentiu vergonha de si mesmo, não era um homem mau, um homem frio. Abraçou o menino emocionado.

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domingo, 4 de abril de 2010

"TIA PLÁCIDA" EM CARTAZ NO TEATRO PRINCESA ISABEL




No próximo dia 26 de abril, às 20:00h, será apresentada a minha peça Tia Plácida no Teatro Princesa Isabel, dirigida por Zaira Zambelli. A peça é um drama familiar que possui um piadas secas, no entanto também possui momentos cômicos. Plácida é uma senhora de idade que vive numa casa entregue ao abandono. Rodeada de seus sobrinhos e distante de seu filho Júlio. Edna, uma vizinha que ajuda Plácida nas horas de sufoco, jura saber os segredos sobre sua suposta boa família. O ingresso custa R$ 10,00 e o Teatro  Princesa Isabel fica na Avenida Princesa Isabel – 186 – Copacabana. Vale a pena conferir. Faixa etária: 16 anos.

quinta-feira, 25 de março de 2010

POR ONDE ANDA PATRÍCIA?


Onde anda Patrícia

Que não aparece na televisão?

Onde anda Patrícia

Que não traz alegria ao meu coração?

Sem ela, o tempo não passa,

Sem ela, minha vida é sem graça.



Onde anda Patrícia?

Pois é uma delícia ouvi-la falar,

Onde anda Patrícia,

Para as notícias me informar?

Agora, o que vai ser de mim sem ela?

Sem as tardes poder vê-la na tela?



Onde anda Patrícia?

A sua ausência me faz muito mal,

Onde anda Patrícia

Que não faz mais reportagens no telejornal?

Me digam na hora propícia:

Por onde anda Patrícia?
 
(Jorge Eduardo Magalhães)

domingo, 7 de março de 2010

LANÇAMENTO DE MEU NOVO ROMANCE

   No próximo dia 9 de abril às 19:00h lançarei na Editora e Livraria Multifoco o meu romance Vagando na noite perdida.
   O romance é todo narrado em primeira pessoa e oscila entre o tempo presente e o flash-back fazendo uma abordagem do psicológico, onde faz um confronto entre o real e o imaginário, a alucinação e a realidade.
   Após matar Gisele, um travesti adolescente com quem mantém um romance doentio, no quarto da hospedagem onde vive, o narrador-personagem sai vagando na madrugada pelas ruas do centro do Rio
   Em sua trajetória sem rumo vai se deparando com os tipos mais sórdidos e bizarros da madrugada carioca ao mesmo tempo que vai fazendo um balanço de toda a sua vida e de tudo o que deixou para trás como a carreira, a família e o emprego por causa do vício e da indolência.
   A Editora Multifoco fica na Avenida Mem de Sá 126 - Lapa        Rio de Janeiro - RJ.

   Conto com a presença de todos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL O TREM ITABIRANO - MG


Tudo por uma paixão




Rosana, filha de um rico empresário, conheceu Mc Caveira num baile funk do morro. Foi paixão à primeira vista, e a partir daquele dia não se desgrudavam mais, Rosana ia quase todos os dias ao morro para vê-lo.

Pertencendo a uma das famílias mais ricas da cidade, era cortejada por vários rapazes da alta sociedade, dentre eles o Ricardinho, um eterno apaixonado que não era correspondido, “parecia um maçarão sem molho”, dizia Rosana às amigas.

Tinha somente olhos para Mc Caveira e estava pronta para desafiar a tudo e a todos em nome dessa paixão. Já até imaginava qual seria a reação do seu pai quando lhe contasse tudo. “Você enlouqueceu minha filha? Você vai ficar um ano na Europa!”

Caso ele dissesse isso fugiria e seria até capaz de ir viver no morro com seu grande amor, e não seria tão ruim, pois ali respirava o amor e a sinceridade.

Foi contar tudo para o seu pai preparada para o pior, mas teve uma surpresa:

- Você é quem sabe, minha filha! Faça o que o seu coração mandar!

Não acreditava no que estava ouvindo e foi direto contar para o Mc Caveira as palavras de seu pai. Enquanto subia o morro foi percebendo a miséria do local, nem parecia aquele lugar exótico que tanto a fascinou, quando ficou frente a frente com Mc Caveira não teve coragem de beija-lo, achou-o asqueroso, repulsivo. Terminou tudo e virou de costas sem olhar pra trás.

Nunca mais voltou ao morro e uma semana depois estava feliz da vida ao lado de Ricardinho.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL POLEGAR - NOVO HAMBURGO/RS



A visita

 Hoje é domingo, e como sempre faço, vou visitar meu filho. Entro na fila e passo por uma minuciosa revista.
 Como fiz projetos para aquele menino! Paguei os melhores colégios, os melhores cursos, freqüentou os melhores clubes da cidade pra terminar do jeito que terminou.
 Admito que eu tenha culpa nisso tudo, pois sempre fiz todas as suas vontades, sempre passei a mão em sua cabeça.
 Como me arrependo do dia em que fui chamado à escola porque ele havia xingado a professora e me limitei a dizer que ela tinha que aturar, que eu pagava uma mensalidade muito cara e que se meu filho a xingou era porque sua aula devia ser uma porcaria. Percebi como a professora se sentiu humilhada e na hora triunfei com isso. Não parei por aí. Incentivei meu filho a desrespeitar porteiros, faxineiros, garçons. Cansei de dar dinheiro para que ele subornasse policiais no caso de ser pego dirigindo sem habilitação. Uma vez um policial honesto não aceitou o suborno e o levou para a delegacia, rapidamente dei um jeito, com meus conhecimentos, para transferi-lo. Eu e meu filho ficamos rindo da cara dele.
 Agora tenho que ir todo domingo àquele pulgueiro, tendo que ver meu filho passar por aquele inferno, por aquele tormento. Seus lábios sorriem para mim, mas seus olhos dizem: “Pai, me tire daqui, pelo amor de Deus!”
 Estou pagando os melhores advogados, mas está difícil, o que ele fez é muito grave. O que me dói mais é que eu contribuí para que tudo isso acontecesse, a culpa foi toda minha.


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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

CARNAVAL DE 2072


No centenário de meu nascimento,
Serei enredo de escola de samba,
Minha vida nos pés de gente bamba,
Que alegre cantará os meus momentos.

Meu filho, que já será sessentão,
Na passarela me representando,
E sua semelhança relembrando,
Minha pessoa com muita emoção.

A escola contará minha história,
Entre os esplendores e fantasias,
Entre adereços e alegorias,
Irão resgatar minha trajetória.

Terá uma ala das poesias,
Outra para as peças teatrais,
Um carro lembrando meus carnavais,
E a multidão esbanjando alegria.

No final, um grande carro alegórico,
Representando a bela jornalista,
Musa inspiradora do sonetista,
Retratando este momento histórico.

Relembrando a musa de Campo Grande,
Sapucaí, palco fenomenal,
Escola campeã do carnaval,
Dona de um espetáculo estonteante.
(Jorge Eduardo Magalhães)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL TREM ITABIRANO - MG


A infiel


Desde que se casara com Lígia, Olímpio não tinha olhos para outra mulher, amava-a profundamente e dava a ela uma vida de rainha. Médico bem sucedido, Olímpio não deixava sua esposa trabalhar, embora ela fosse formada em psicologia. Durante a noite, após um amor ardente, ficava horas contemplando a beleza do corpo nu de sua amada. Achava que não existia no mundo outra mulher tão bonita. Um dia a grande desilusão: Olímpio chegou mais cedo em casa e flagrou Lígia com outro na cama. Ficou em estado de choque.




- Por que você me traiu?




- Me perdoa, foi uma fraqueza! – disse a adúltera em prantos.




Pensou, refletiu e decidiu perdoar Lígia. As traições continuaram, só que com amantes diferentes. Desesperado, Olímpio quis saber o motivo da descarada infidelidade da esposa que lhe respondeu chorando:




- Eu te amo muito, mas não consigo me satisfazer só contigo.




Pensou em se separar de Lígia, mas não conseguia, pois a amava demais. Resolveu não enxergar o que acontecia debaixo do seu nariz. Lígia chegava cada vez mais tarde em casa e Olímpio nada dizia, apenas deitava ao seu lado e dormia.




Uma tarde, num bar, apareceu um rapaz com que Lígia se encantou, chamava-se Carlos e era um rapaz alto e de corpo atlético. Depois de fazerem amor, Lígia sentiu uma enorme dor de consciência por tudo o que tinha feito com o marido. Prometeu a si mesma nunca mais trair Olímpio. Chegando em casa verificou que as roupas de Olímpio não se encontravam mais no armário onde encontrou um bilhete do marido:




Tentei salvar o nosso casamento, mas vi que é impossível viver ao teu lado; estou indo embora. Aquele rapaz com quem você saiu hoje à tarde fui eu quem lhe arranjei. Quero também comunicar que tem uma surpresa para você na primeira gaveta do armário.




Lígia, curiosa, abriu a gaveta onde só havia o exame de HIV de Carlos com resultado positivo.










terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL POLEGAR





Dia das mães



- Fala quem estava contigo no assalto! – gritava cabo Mendes com a arma apontada para o pobre diabo.




- Eu não tava no assalto, não senhor! – implorava de joelhos.




- Fala pra não morrer!




- Eu juro que não tenho nada a ver com isso!




- Vamos combinar o seguinte, se você falar a verdade, eu deixo você ir embora.




- O senhor deixa mesmo?




- Já disse que sim!




- Foi o Branca de Neve.




- Eu sei quem é!




- Agora posso ir?




- Dá somente um sorriso pra mim, não quero te ver triste.




Obedeceu e levou três tiros que esfacelaram seus dentes da frente.




Na segunda-feira iria atrás do Branca de Neve, porque tinha que comprar um presente para a esposa e para a mãe.




Todos se reuniriam no domingo, dia das mães, num almoço em família. Todos os anos Mendes fazia um discurso e realmente se emocionava enchendo os olhos d’água.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CONTO DE JORGE EDUARDO PUBLICADO NO JORNAL POLEGAR


A vizinha gorda

-Tem uma vizinha gorda que tem inveja de você e da sua família – disse a cartomante à Dona Odete.
- Só pode ser a Jandira!
- Ela quer fazer um trabalho para prejudicar vocês!
Jandira era a vizinha de frente. Uma cinqüentona gorda, com os cabelos tingidos de louro e que vivia na janela a observar a vida alheia. Odete havia percebido que ela, ultimamente, não tirava os olhos de sua casa.
Odete passou noites em claro impressionada com as palavras da cartomante e evitava qualquer tipo de contato com a vizinha gorda.
Numa manhã de sol, enquanto Odete estendia as roupas das crianças no varal, Jandira aproveitou para lhe fazer uma visita sob qualquer pretexto. Não teve como evitar a sua entrada, pois quando viu, ela já estava no quintal.
Pensou em ir atrás da vizinha, fazer um escândalo, mas não tinha provas mesmo tendo certeza de que havia sido ela.
Foi até a cartomante para pedir orientação, mas ela havia viajado.
Voltou para casa aguardando que o pior acontecesse.
Postado por Jornal Polegar às 8:33 AM 0 comentários Links