segunda-feira, 30 de novembro de 2015

SONETO DO PLAYBOY ESTUDANTE DE SOCIOLOGIA NA FAVELA


O playboy que estuda sociologia,
Pretendia escrever sobre a favela,
Foi entrando em seus becos e vielas,
E percebeu ali certa magia.


Sem vivência e bastante teoria,
Não percebeu todas suas mazelas,
Achou que o morro era a coisa mais bela,
Fonte de inspiração e poesia.


Disse que adorou aquele lugar,
Afirmou isso orgulhoso de si,
- Mas que local lindo de se morar!


- Vista mais maravilhosa que vi!
Mas um morador o fez  se calar:
- Então por que não vem morar aqui?

(Jorge Eduardo Magalhães)


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

SONETO DO TESTE DE TERRORISMO


Ouvi falar que lá no mundo islâmico,
Só a minoria que é terrorista,
Isso é mentira da mídia golpista,
Que quer espalhar o medo e o pânico.


Neste quadro mundial panorâmico,
Disseram que poucos são extremistas,
Que no Islã são todos pacifistas,
E tudo isso é exagero titânico.


Com gente hipócrita, não me conformo,
Procuro tratar com respeito, até,
Somente com a verdade que me importo,


Vou testar dos muçulmanos a fé,
Quero espalhar que alguém que não suporto,
Fez caricatura de Maomé.

(Jorge Eduardo Magalhães)

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

SONETO DA CONTEMPORANEIDADE


Alegando contemporaneidade,
Qualquer medíocre pode ser artista,
Consideram-se grandes vanguardistas,
Ganham prêmio de originalidade.


Performances sem criatividade,
Arrancam suspiros de especialistas,
Ovacionados por colunistas,
Como algo da mais alta qualidade.


Não ter talento agora é pós-moderno,
Algo feito para não se entender,
A proposta deles é um inferno,


Conteúdo que ninguém consegue ver,
Têm matéria no Segundo Caderno,
São contemplados com a Lei Rouanet.

(Jorge Eduardo Magalhães)

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SONETO DA PATRULHA IDEOLÓGICA


Vivemos na era de grande histeria,
Onde piada de homem é machismo,
Dizer que a coisa está preta é racismo,
Se brincar com gay é homofobia.


Um patrulhamento da ideologia,
Temos que defender o islamismo,
Aplaudir discursos do socialismo,
Uma verdadeira demagogia.


Você não pode dizer o que pensa,
Uma opressão que não tem mais remédio,
Ser linda e bem sucedida é ofensa,


Para as feministas que são um tédio,
São recalcadas com uma inveja intensa,
Cantar colega bonita é assédio.

(Jorge Eduardo Magalhães)

domingo, 22 de novembro de 2015

APENAS MAIS UM SONETO DE AMOR


Estar contigo é meu céu,
Sinto-me no paraíso,
Como é lindo o teu sorriso,
Que é tão doce quanto o mel.


A caneta, meu cinzel,
Cria os versos que improviso,
Tu és tudo que preciso,
Meu amor neste papel,

Você é todo o meu tema,
Inspiração com sabor,
A razão dos meus poemas,

Eu te escrevo com clamor,
Poesia que acalenta,
Com doçura e com calor.

(Jorge Eduardo Magalhães)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

SONETO PARA SER LIDO BEBENDO VINHO


Aquela taça de vinho,
Que me deixou todo prosa,
O teu perfume de rosa,
Também tinha seus espinhos.


O meu peito em desalinho,
Tua imagem tão vistosa,
Esta sensação viçosa
Cada gole, um carinho.


Degustação fascinante,
Mas que paladar suave,
Vai descendo bem rascante,


Uma melodia grave,
A cânfora irrelevante,
Porém nada que se agrave.

(Jorge Eduardo Magalhães)

domingo, 15 de novembro de 2015

SONETO DA MULHER LOUCA


Assim que ela saiu do sanatório,
Não tinha mais ninguém à sua espera,
Foi chegando ao fim a sua quimera,
Todo um sentimento peremptório.


Vários pensamentos tão merencórios,
A sua nebulosa atmosfera,
Alucinação que se prolifera,
Um mundo particular bem provisório.


Um anjo com toda a sua candura,
Devaneios reais e tão vazios,
Verdade e imaginário se misturam,


Naquele universo alegre e arredio,
Nefelibatismo que não tem cura,
Triste e feliz naquele desvario.

(Jorge Eduardo Magalhães)

sábado, 14 de novembro de 2015

SONETO DO AMOR INTENSO



O meu amor é imenso,
És minha doce adorada,
Realização dourada,
Sentimento tão intenso.


É em ti que eu sempre penso,
Meu amor, minha amada,
Sem você eu não sou nada,
Somente a ti eu pertenço.


Essência do meu viver,
Tu inspiras os versos meus,
Não consigo me conter,


Expressando o meu "eu",
Para ti vou escrever,
O meu coração é teu.

(Jorge Eduardo Magalhães)

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

SONETO DA ESTRELA CADENTE


A estrela cadente no camarim,
Querendo brilhar na noite de estreia,
Olhando atrás da cortina a plateia,
Sua carreira não chegou ao fim.


Está quase chegando a hora, enfim...
Aquele momento, sua odisseia,
Mas ela não tinha a menor ideia,
Do teatro estar tão vazio assim.


Espreita o público pela coxia,
Um devaneio, não era possível,
Suas cadeiras estavam vazias,


Algo muito cruel e inverossímil,
Entrou em cena com a melodia,
Suas lágrimas borravam o seu rímel.

(Jorge Eduardo Magalhães)