A estrela cadente no camarim,
Querendo brilhar na noite de estreia,
Olhando atrás da cortina a plateia,
Sua carreira não chegou ao fim.
Está quase chegando a hora, enfim...
Aquele momento, sua odisseia,
Mas ela não tinha a menor ideia,
Do teatro estar tão vazio assim.
Espreita o público pela coxia,
Um devaneio, não era possível,
Suas cadeiras estavam vazias,
Algo muito cruel e inverossímil,
Entrou em cena com a melodia,
Suas lágrimas borravam o seu rímel.
(Jorge Eduardo Magalhães)
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