quinta-feira, 30 de julho de 2015

SONETO DO NEFELIBATISMO


Não queria ser um nefelibata,
Que leva esta vida assim tão etérea,
Criando palavras tão insensatas,
Com a minha imaginação aérea.


Tudo é uma viagem abstrata,
Tão louca e mesmo tempo muito séria,
Não há no mundo o que combata,
Esta linda jornada tão incerta,


Nada que mude minha natureza,
Que possa reverter minha tendência,
Minhas memórias me trazem leveza,


É meu vício e a minha dependência,
Trazendo em minha a mais nobre pureza,
Como uma estranha e linda consequência.

(Jorge Eduardo Magalhães)

SONETO DO TEMPO QUE NÃO FOI


De repente, tudo ficou mais belo,
A leve sensação de estar sonhando,
A impressão de ouvir um lindo canto,
Tudo me pareceu ser mais singelo,


Tudo era nítido e paralelo,
A euforia ofuscou o pranto,
Como o advento de um dia santo,
Vícios do meu âmago que revelo.


Esta minha atual nostalgia,
De um tempo que foi e voltou,
Ao mesmo tempo assusta e contagia,


Tempo dourado que nunca acabou,
Um momento que não mais voltaria,
Mas a minha mente nunca apagou.

(Jorge Eduardo Magalhães)

terça-feira, 28 de julho de 2015

SONETO DE UM MERO LUGAR DE PASSAGEM


Sempre revendo aquela mesma imagem, 
Vem em minha mente velhas lembranças, 
A memória que faz longa viagem, 
Para um passado de esperança.



Parece um mero lugar de passagem, 
Que de tanto ver sua vista cansa,
Mas que meus pensamentos de interagem,
Entre muitas agruras e bonanças.



Passo sempre pelo mesmo lugar,
Vem à tona minhas recordações,
Onde ao passado me faz retornar,



Com muitas euforias e ilusões, 
Daquele que foi o meu despertar, 
Dos meus grandes temores e paixões.


(Jorge Eduardo Magalhães )

sábado, 25 de julho de 2015

SONETO DA INSÔNIA


Nesta noite de insônia,
Revirando a madrugada,
Quantas horas enfadadas,
Mal dormidas e tristonhas.


Meu vagar sem cerimônia,
Nestas doze badaladas,
Escrevendo na calada,
Estes versos de quem sonha.


Cada dose de café,
Traz reflexões noturnas,
Nos meus versos, minha sé,


Com estrofes tão soturnas,
Tão descrente de uma fé,
Euforia tão confusa.

(Jorge Eduardo Magalhães)


quarta-feira, 22 de julho de 2015

SONETO DO DIA CHUVOSO


Na janela olhando a chuva,
Com o tempo nebuloso,
Palpita o peito ansioso,
Com euforias e agruras.


Esta paisagem escura,
Que neste dia chuvoso,
Traz-me algo caloroso,
Que em mim cai como luva.


Como tudo é transitório,
Repleto de incertezas,
Tão real e ilusório,


Muito opaco, com clareza,
Este mundo merencório,
Tão repleto de surpresas.

(Jorge Eduardo Magalhães)

terça-feira, 21 de julho de 2015

SONETO DO PONTO DE ESPERA


Parado, esperando naquele ponto,
Lembro de algo que não ocorreu,
Triste e curto como um breve conto,
Algo que o coração não esqueceu.


Fato que em minha memória remonto,
Que em outros tempos não floresceu,
O passado e o presente em confronto,
O conflito de épocas se deu.


Lembrança que não voou com o vento,
Volto às alegrias e desencantos,
De um remoto e longínquo tempo,


Com as descobertas e desenganos,
Reformulando aquele momento,
Finalmente, do passado o acalanto.

(Jorge Eduardo Magalhães)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

SONETO DA AMIZADE


Aqueles que nunca saem do teu lado,
Na tristeza e na felicidade,
Que, mesmo que doa, dizem a verdade,
Que nunca te deixam abandonado.


Aqueles que te protegem com cuidado,
Dão conselhos com sinceridade,
Cuidam da gente com muita amizade,
E que se mostram sempre preocupados.


Pessoas que nos bons e maus  momentos,
Estão sorrindo e chorando contigo,
Sempre vibram com seu contentamento,


Para essas pessoas eu dedico,
Com todo o carinho e agradecimento,
Um maravilhoso dia do amigo.

(Jorge Eduardo Magalhães)



sábado, 18 de julho de 2015

SONETO DE RECORDAÇÕES DE UMA RUA


Passando por aquela mesma rua,
Lembrei daquele longínquo passado,
Impossível ter algo que destrua,
Lindos e doces tempos recordados.


Aquele momento que continua,
No meu âmago, bem acentuado,
Um sentimento que em mim perpetua,
Intenso, o  coração acelerado.


A rua ainda tem seu bucolismo,
Aguçando minhas recordações,
Que, despertando também saudosismo,


Todos os cantos, muitas emoções,
Inspirando-me nos meus aforismos,
Relembrando angústias e paixões.

(Jorge Eduardo Magalhães)

quinta-feira, 16 de julho de 2015

SONETO DO BAILE QUE NÃO ACONTECEU


Em um baile que não aconteceu,
Ela trajando um vestido brilhante,
A orquestra e sua valsa dançante,
Amor eterno ela me prometeu.


Pseudo-lembrança que não ocorreu,
Um lindo devaneio delirante,
Nós dançávamos de forma incessante,
Quando vi, ela desapareceu.


Nossa! Não tinha mais ninguém por perto,
Gritei! Implorei! Mas ninguém me ouvia,
Estava num lugar ermo e deserto,


Percebi que aquilo não existia,
Era o meu mundo irreal tão incerto,
Os meus sonhos ao seu lado esvaíam.

(Jorge Eduardo Magalhães)

SONETO SEM RUMO


Vagando sem destino pela areia,
Nos meus pés, bate o mar com a fria espuma,
Distante, o reflexo da lua cheia,
Tudo ao meu redor, uma leve bruma.


Os medos que meu coração apruma,
Correndo gélidos em minhas veias,
Temor do incerto que a mente acostuma,
Dúvidas que meu âmago incendeia.


Pela praia, vou andando sem rumo,
Refletindo sobre todos os dilemas,
Fazendo dos anseios um resumo,


Procuro algo para ser meu tema,
Sou um dilema ambulante, eu assumo,
Que minha trajetória é um poema.

(Jorge Eduardo Magalhães)

quarta-feira, 15 de julho de 2015

BREVE EPOPEIA ROMÂNTICA


1
Quando te vi pela primeira vez,
Apaixonei-me imediatamente,
Você não saiu mais da minha mente,
Misto de loucura e insensatez.

2
A respiração ficava ofegante,
Fiz de tudo para me aproximar,
Tentei tudo para te conquistar,
Eu pensava em você a todo instante.

3
Imaginava o futuro ao teu lado,
Este sentimento ardia em meu peito,
Formaríamos um casal perfeito,
Queria muito ser por ti amado.

4
Logo quando te vi com outro namorado,
Senti um enorme vazio em mim,
Tive a sensação que era meu fim,
Senti-me sozinho e abandonado.

5
Sofrendo com cruel agonia,
O mundo parecia desabar,
Muito tenso, comecei a fumar,
Tinha acabado a minha fantasia

6
O destino nos separou por anos,
Eu fui levando em frente a minha vida,
Mas nunca cicatrizou a ferida,
Tantos desencontros e desenganos.

7
Anos depois, quando te reencontrei,
Revivi aqueles lindos momentos,
Retornaram aqueles sentimentos,
Aos teus doces abraços me entreguei.

8
Fui voltando a me sentir um menino,
Finalmente o beijo tão esperado,
Depois de mais de vinte anos de atraso,
Novamente unimos nossos destinos.

9
Resolvi agir com sinceridade,
Pois sabe que não consigo mentir,
Eu nunca iria querer te ferir,
Por isso para ti disse a verdade.

10
Parece ser uma louca aventura,
Bem fora dos padrões convencionais,
Só lhe digo que te amo demais,
Com toda minha razão e loucura.

11
Amor mais forte que já existiu,
Deixando marca profunda em meu ser,
Só de pensar em poder te perder,
Hoje amanheci um pouco febril.

12
O meu amor é tão puro e sincero,
Se me abandonar, muito eu vou sofrer,
Mas mesmo assim, irei compreender,
Você, por toda uma vida eu espero.

(Jorge Eduardo Magalhães)

SONETO DE UM TEMPO HÍBRIDO


Bem longe de ser um tempo dourado,
O começo do fim das ilusões,
Mas também o despertar das paixões,
Sentia-me acolhido e abandonado.


Tempo que o mundo foi desmascarado,
Início de minhas decepções,
Despertar do amor e de emoções,
Onde o céu era sombrio e azulado .


Sentia a vida como um negro manto,
Para mim, tudo era claro e obscuro,
Misturava-se meu riso e meu pranto,


Brilhante e incerto era o meu futuro,
Contente, ficava triste em meu canto,
Sem fé em nada e sonhando com tudo.

(Jorge Eduardo Magalhães)