domingo, 6 de setembro de 2015

SONETO DO CABARÉ DE LUZ VERMELHA


A música daquele cabaré,
Com seu incessante lume vermelho,
Reflexos femininos no espelho,
Sacras como imagens da Santa-Sé,


Possuem uma nobreza entre a ralé,
Com pálidas carícias e conselhos,
Das minhas lembranças eu me emparelho,
Entre o gim e um pouco de café.


Vejo se unirem os falsos casais,
Dos mais amargos e doces sabores,
Como se fossem pseudo-esponsais,


Faltando amor e sobrando favores,
Soam em meus ouvidos recitais,
Penso no meu grande amor com louvores.

(Jorge Eduardo Magalhães)

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