sábado, 8 de agosto de 2015

SONETO DO DOCE ENJOATIVO


Tratava-a com bastante doçura,
Toda minha devoção e amor,
Para mim, lindo anjo de candura,
Cuidei dela como uma rara flor.


Foi para minhas tristezas a cura,
A vida, um delicioso sabor,
Entreguei-me àquela paixão tão pura,
Venerando os seus olhos, sua cor.


Porém, não sei por que tão de repente,
Minha flor foi esfriando comigo,
Eu, sempre tão doce e tão carente,


Comecei a ser por ela esquecido,
Não me dava a atenção de anteriormente,
O docinho ficou enjoativo.

(Jorge Eduardo Magalhães)

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