Tratava-a com bastante doçura,
Toda minha devoção e amor,
Para mim, lindo anjo de candura,
Cuidei dela como uma rara flor.
Foi para minhas tristezas a cura,
A vida, um delicioso sabor,
Entreguei-me àquela paixão tão pura,
Venerando os seus olhos, sua cor.
Porém, não sei por que tão de repente,
Minha flor foi esfriando comigo,
Eu, sempre tão doce e tão carente,
Comecei a ser por ela esquecido,
Não me dava a atenção de anteriormente,
O docinho ficou enjoativo.
(Jorge Eduardo Magalhães)
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