Não é politicamente correto,
Aquele Judas no poste amarrado,
É comum, neste dia abençoado,
Homenagear nossos desafetos.
Às vezes somos bastante diretos,
Em relação aos homenageados,
Pelos bonecos são simbolizados,
Outras, no tributo, somos discretos.
É a única vez, no ano inteiro,
Que fazemos uma grande homenagem,
Ao chato e ao conviva cachaceiro,
É a data que criamos coragem,
De falar ao vizinho fofoqueiro,
No poste, aquela grotesca mensagem.
(Jorge Eduardo Magalhães)
3 comentários:
O engraçado é que essa tradição está (sobre) vivendo às custas de pessoas que ainda sabem o que é tradição. Mesmo que em memória escrita.
Parabéns pela lembrança!!
Você joga luz em uma tradição perdida para as novas gerações. Uma lembrança carregada de saudade e emoção me transportou para meados da década de 1970, quando postes daqui do subúrbio carioca ganhavam uma decoração polêmica do Judas com nomes e números de residências conhecidas pela vizinhanca por seus embates.
Parabéns por dar fôlego a essa manifestação cultural quase esquecida.
Muito bom recordar essa brincadeira, que nos anos 80 homenageava os políticos corruptos. Pena que perdemos o senso de humor.
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