terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ANTÍTESE





Amo a feia que bonita parece,
Fiz o mal querendo fazer o bem,
Cheio de amigos não tenho ninguém,
Antenado, eu não sei o que acontece.

Me lembro dela que logo me esquece,
Eu sempre esqueço, mas lembro de alguém,
Estou mal, mas sempre estou bem,
Sou um ateu que reza sua prece.

Vivo entre meus sonhos com os pés no chão,
Sou livro aberto na caixa fechada,
Andando certo pela contramão,

Falo tudo com a boca cerrada,
Com frieza tenho um bom coração,
Sempre quero tudo e não quero nada.
(Jorge Eduardo Magalhães)