quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

SONETOS A P.H


(Capa do meu romance O retrato de Perpétua)
Tela de 1853, de autor desconhecido.

I
Bela como uma deusa divina,
Buscando um jornalismo verdade,
Nos obscuros cantos da cidade,
Seguir tua trajetória é minha sina.

Sua linda beleza me fascina,
És musa de meu começo de tarde,
E toda a mais cruel realidade,
O seu rosto angelical ameniza.

Dona de uma linda cútis dourada,
És a musa sul-matogrossense,
Linda princesa de um conto de fadas,

Muito linda e também inteligente,
Cuja sua perigosa jornada,
Conquistou o povo fluminense.
II
És a musa do meu entardecer,
Dona de um talento fascinante,
Com sua presença brilhante,
O jornalismo veio engrandecer.

A maldade que faz entristecer,
Notícias da violência constante,
Nos lábios da deusa de Campo Grande,
Faz minha alegria reacender.

Assistindo através da tela fria,
O cenário, um lindo céu azul,
Narra os acontecimentos do dia.

Princesa de Mato Grosso do Sul,
Sua linda beleza irradia,
As notícias do Centro ao Grajaú.

III
Pelos subúrbios ou em Ipanema,
Tens mais brilho que uma constelação,
Enchendo os fluminenses de emoção,
Como a mais bela musa do cinema.

Atuando na mais bonita cena,
Com uma atriz na representação,
Palpitando o mais duro coração,
Bela musa mais linda que Helena,

Assim como a esposa de Menelau,
Tens uma trajetória perigosa,
Só para mostrar o mundo real.

Como a amada de Páris, és formosa,
Mas, ao contrário dela, não causou o mal,
Tornando a vida mais maravilhosa.


IV
Mostrando um mundo cheio de dores,
Triste rotina que nos entristece,
Mas toda vez que na tela aparece,
Nossa cidade se enche de flores.

Noticiando todos os dissabores,
Que na sociedade sempre acontece,
Reportagens que muito me entristecem,
Mas com você, tudo se enfeita de cores.

Nossa gente nunca perde a esperança,
De que uma era melhor chegará,
Tempo que ficará em nossa lembrança,

A boa nova de seus lábios virá,
Pois em seu trabalho temos confiança,
E só coisas boas irá noticiar.

V
Nossa Vênus do telejornalismo,
Despontando toda sua beleza,
Retratando um mundo de incertezas,
Com carisma e profissionalismo.

A cidade se cobre de otimismo,
toma lugar da tristeza,
Suavidade ofusca aspereza,
A verdade retratada com lirismo.

Vibro quando na tela aparece,
Não faz ideia da alegria que sinto,
Toda minha alegria resplandece,

Pode em mim confiar porque não minto,
Mato-Grosso do Sul nos oferece,
A mais bela deusa do seu Olimpo.

VI
A jornalista mais linda do mundo,
É muito querida por todos nós,
Quando ouvimos sua macia voz,
Logo sentimos um bem estar profundo.

A alegria aparece num segundo,
Mesmo retratando um mundo feroz,
Ao te vermos não nos sentimos sós,
Vemos uma luz num túnel bem fundo.

Os corações fluminenses palpitam
Quando aparece na televisão,
A beleza e carisma nos conquistam,

Enchendo-nos de satisfação,
Muitos dos fluminenses te admiram,
Cumprindo sua difícil missão.

VII
És musa inspiradora em verso e prosa,
A beleza do Rio é ofuscada,
Quando apareces em sua jornada,
A cidade reclama invejosa.

Uma linda jornalista formosa,
Digna de por poetas ser cantada,
Tornando nossa vidas inspiradas,
Deixando nosso mundo cor de rosa.

És competente, digna de respeito,
A dona de um carisma cativante,
Mais bonita que o Rio de janeiro,

Que perto de ti é insignificante,
E a cidade reclama com despeito,
- Por favor, seja musa em Campo Grande!

VIII
Diva da informação e da cultura,
A nossa bela jornalista,
Cada dia que passa nos conquista,
Linda como a mais perfeita pintura.

Cuja tela representa a moldura,
Obra retratada por um artista,
Com os melhores traços detalhistas,
De divinas formas como escultura.

Pela nossa gente és muito querida,
Conquistastes o nosso povo,
Presença que completa a nossa vida.

És bela porque sempre traz o novo
Tu tornas a cidade mais florida,
É por isso que a ti eu sempre louvo.
IX
Toda tarde ao te ver não sei ao certo,
A sensação que causa a tua imagem,
Parece até uma bela miragem,
Que vai surgindo num quente deserto.

Beleza que encanta um mercador esperto,
Um príncipe da mais pura linhagem,
Que quando assiste tua reportagem,
Tem a vontade de te ver de perto.

Dona de um dom de a todos fascinar,
Tanto nobres quanto simples mortais,
Tão suave quanto a brisa do mar,

Que vai desfazendo os areais,
Assim como faz a todos calar,
Com suas aparições colossais.

X
Dedico-te este último soneto,
De todas estas rimas me despeço,
Para escrever a ti que aos deuses peço,
Inspiração do poema perfeito.

Porque quero ser o poeta eleito,
Para em tua homenagem criar meus versos,
Sempre termino aquilo que começo,
Mas chegou ao final o meu feito.

Escrevo este soneto final,
Que fiz com muita dedicação,
Para a musa do telejornal.

Um árduo trabalho de criação,
Mas tal tarefa não faz nenhum mal
Quando é feita com muita emoção.

(Jorge Eduardo Magalhães)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

CONTO PUBLICADO NO JORNAL POLEGAR





O retorno ao lar



Estou voltando, sei que errei, abandonei minha família, meus filhos, escrevi aquele bilhete chamando meu marido de frouxo pra baixo, vendi as jóias que ele me deu, estava fora de mim, foi uma loucura.



Deixei tudo pra trás, marido, filhos, tudo pra viver ao lado de um homem mais jovem, mais bonito, mas tudo não passou da mais pura ilusão. Foi bom, não vou negar, as noitadas, os jantares, as deliciosas noites de amor, mas quando o dinheiro acabou ele mostrou sua verdadeira face, chamou-me de velha, disse que não me suportava e me abandonou.



No fundo foi bom, há males que vêm para o bem. Isso tudo serviu para eu enxergar o quanto amo minha família. Às vezes só damos valor a certas coisas quando perdemos.



Estou me aproximando de casa. Meu coração bate mais forte, mas sei que eles vão me aceitar de volta, afinal, somos uma família e nos amamos.


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ANTÍTESE





Amo a feia que bonita parece,
Fiz o mal querendo fazer o bem,
Cheio de amigos não tenho ninguém,
Antenado, eu não sei o que acontece.

Me lembro dela que logo me esquece,
Eu sempre esqueço, mas lembro de alguém,
Estou mal, mas sempre estou bem,
Sou um ateu que reza sua prece.

Vivo entre meus sonhos com os pés no chão,
Sou livro aberto na caixa fechada,
Andando certo pela contramão,

Falo tudo com a boca cerrada,
Com frieza tenho um bom coração,
Sempre quero tudo e não quero nada.
(Jorge Eduardo Magalhães)