quarta-feira, 27 de novembro de 2019

SONETO DO SALÁRIO ATRASADO


Confesso que gosto daqui bastante,
A convivência me deixa contente,
Nosso dia a dia é de boa gente,
Prazeroso, mesmo sendo distante.


Aqui ensino e aprendo a todo instante,
Adoro de paixão os meus discentes,
Uma reciprocidade que se sente,
Processo de aprendizado incessante.


Porém, quero comentar algo chato,
Sem querer ser nenhum mercenário,
Quero-lhes abordar um triste fato,


Poderia mudar este cenário,
Com o mais simples de todos os atos,
Pagando em dia o nosso salário.

(Jorge Eduardo Magalhães)

SONETO PARA SER MUSICADO COM MELODIA DE CHORINHO


Chorei solitário este meu triste choro,
Ouvindo meus chorinhos matinais,
Como um prólogo lírico de um coro,
Em representações tão  teatrais.


E vou sempre quebrando este decoro,
Nestes choros chorados musicais,
Nunca consigo colher os meus louros,
Com as inspirações especiais.


A regional tocando os instrumentos,
E eu, em minha mesa, tão sozinho,
Bandolins exalando chamamentos,


Lembrando teus abraços e carinhos,
Canções de nostalgia e lamentos,
Inebria-me este triste chorinho.

(Jorge Eduardo Magalhães)

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

SONETO PARA SER LIDO BEBENDO VINHO


Aquela taça de vinho,
Que me deixou todo prosa,
O teu perfume de rosa,
Também tinha seus espinhos.


O meu peito em desalinho,
Tua imagem tão vistosa,
Esta sensação viçosa
Cada gole, um carinho.


Degustação fascinante,
Mas que paladar suave,
Vai descendo bem rascante,


Uma melodia grave,
A cânfora irrelevante,
Porém nada que se agrave.

(Jorge Eduardo Magalhães)

domingo, 24 de novembro de 2019

SONETO PARA SER MUSICADO COM MELODIA DE TANGO


Trajando aquele vestido vermelho,
Dançando tango trocando de pares,
No salão, chama a atenção dos olhares,
Tua imagem refletida no espelho,


Com outro alguém, ao teu lado emparelho,
Entre odores de perfumes vulgares,
Aqueles passos tão familiares,
A te seguir, me desaconselho.


No meio de teus ganchos e cruzadas,
Na arte de bailar, és grande mestra,
A sensualidade nas passadas,


Qualquer que forme um par a ti se adestra,
Conduz a todos de forma pausada,
Ofuscando o som do tango da orquestra.

(Jorge Eduardo Magalhães)

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

SONETO DO BEIJO SONHADO

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Certa noite, sonhei com teus abraços,
E com aqueles teus beijos tão doces,
Senti um acalento como fosse,
O calor envolvente dos teus braços.

Escutei o ruído dos teus passos,
Linda sensação que o sonho me trouxe,
Algo dentro de mim que iluminou-se,
Devaneio reatou nossos laços.

Quimera repleta de desejo,
Ilusão deste meu encantamento,
Saboreando gosto dos teus beijos,

Preenchendo-me de contentamento,
Neste delírio que é o meu ensejo,
De viver maravilhoso momento.

(Jorge Eduardo Magalhães)

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

SONETO DA CONSCIÊNCIA NEGRA

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Neste dia da Negra Consciência,
"Me" convide para uma feijoada,
Uma roda de samba ou batucada,
Ou qualquer outro evento de excelência.


Pode comemorar com veemência,
Esta data, para ti, esperada,
Minha opinião, não digo mais nada,
Mas gosto da festa e  sua influência.


Somente não discuto a tal retórica,
Que tu repetes sempre em altos brados,
Sobre aquela tal de dívida histórica,


Pois peço a ti que não fiques zangado,
Na verdade, minha razão eufórica,
Sinceramente, é que hoje é feriado.

(Jorge Eduardo Magalhães)

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

SONETO DA REPÚBLICA


A Monarquia tinha seus defeitos,
O Imperador, quase sempre apático,
Dizem que era muito sistemático,
Porém, nada neste mundo é perfeito.


Sabemos que tinha seus efeitos,
Pois ele era bastante democrático,
Não fazia acordos pragmáticos,
Por isso, mantinha o seu respeito.


Um dia, a República foi proclamada,
E de fato, muita coisa mudou,
Para pior, mas também melhorada,


Creio que a corrupção aumentou,
Mas, nas urnas podem ser mudadas,
Trocando o nababo que se instalou.

(Jorge Eduardo Magalhães)


sábado, 9 de novembro de 2019

SONETO DO ÚLTIMO BAILE


Aquele baile da Ilha Fiscal,
Foi do Império o seu último evento,
Aquele foi  grandioso momento,
Na, então, capital imperial.


A festa da  Família Real,
No dia nove do mês de novembro,
Teve  altos  custos e provimentos,
Como nunca alguém tinha visto igual.


Aquela tão onerosa noitada,
O fim de uma monarquia vivida,
Pois a República foi proclamada,


Seis dias depois da  festa ocorrida,
Fica a pergunta sobre a patuscada:
Teria sido uma despedida?

(Jorge Eduardo Magalhães)



quinta-feira, 7 de novembro de 2019

FLOR DE ABRIL


Doce e melíflua Flor de Abril,
No nono dia deste mês floresce,
Entre todas do jardim resplandece,
A mais bela como nunca existiu.


Inspiração como jamais se viu,
Meu "eu", à tua existência, agradece,
Minha poesia a ti, uma prece,
Contemplá-la é minha missão servil.


És a mais bela de todas as flores,
A tua presença não se resume,
Àqueles mais singelos fragores,


Pois tens o mais suave dos perfumes,
Precisos tons e entretons de cores,
O mais nobre e resplandescente lume.

(Jorge Eduardo Magalhães)

SONETO DE LOUCURAS DE AMOR



Por amor, o mundo inteiro atravesso,
Mergulho nos abismos mais imensos,
Vivo minha vida de modo intenso,
Posso até torcer pelo Bonsucesso.


Por amor, desfilo no grupo de acesso,
Abusando da falta de bom senso,
revelo até tudo aquilo que penso,
Podendo até responder um processo.


Por amor, no mesmo lugar eu fico,
Sou capaz de pensar em ti somente,
Posso, por ti, pagar todos os micos,


Por amor, sou bem inconveniente,
Pela minha liberdade abdico. 
Passo todo  carnaval na Intendente...

(Jorge Eduardo Magalhães)

sábado, 2 de novembro de 2019

SONETO DO ESPELHO

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A imagem no espelho refletida,
Contempla todo meu interior,
Aquele em mim tão bem guardado amor,

Facetas ocultas e distorcidas.


As cálidas mal curadas feridas,
Que ainda pulsam com muito ardor,
Vai despertando aquele dissabor,
Que sempre habitaram em mim tão contidas.


O espelho que está me refletindo,
Parece distorcer a minha imagem,
Mostra-me forçadamente sorrindo,


Mas o olhar reflete a personagem,
Fico a devanear que tudo é lindo
Fazendo em mim mesmo minha viagem.


(Jorge Eduardo Magalhães)

SONETO PARA O DIA DE FINADOS


No tradicional Dia de Finados,
Desejo que os mortos descansem em paz,
Que ninguém os perturbe nunca mais,
Pois creio que o além é bem sossegado.


Espero que estejam bem descansados,
Rogo que não se aborreçam jamais,
São esses os meu votos funerais,
Que nunca mais sejam incomodados.


O nosso destino é o cemitério,
Todo mundo tem a sua hora,
Não tem classe social, nem critério,


Mas aviso aos inimigos de outrora,
Que meu cobiçado rito funéreo,
Infelizmente, não será agora.

(Jorge Eduardo Magalhães)

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

SONETO DA MANCHA DE ÓLEO


A mancha pela orla se espalhou,
Nosso lindo litoral poluiu,
Para o Greenpeace, isso não existiu,
E Sua Santidade se calou.


A chata da Greta nada falou,
O Macron parece que nada viu,
Aquela ONG, acho que sumiu,
E nenhum órgão se pronunciou.


Fica a pergunta que não quer calar,
Que me vem causando muita insônia,
Por favor, Poderiam me explicar,


Digam-me, sem nenhuma cerimônia,
Por que só se interessam em atuar,
Nas florestas, nos confins da Amazônia?

(Jorge Eduardo Magalhães)