Sempre subo aquelas velhas escadas,
De madeira e mangueiras luminosas
Em busca de uma noite prazerosa,
Com a minha pseudo-namorada.
Já no salão da casa assobradada,
Dança, com alegria dolorosa,
"Me" abraça, com tristeza calorosa.
Naquele momento, ela é minha amada.
Despe-se dos seus trajes sensuais,
Entregando a mim o seu corpo inteiro,
Fingidos sussurros ocasionais.
Obscuros "Te adoro" por dinheiro,
Melancólicas paixões tão venais,
Pálida sombra do amor verdadeiro.
(Jorge Eduardo Magalhães)
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