quinta-feira, 6 de julho de 2017

SONETO DO AMOR VENAL


Sempre subo aquelas velhas escadas,
De madeira e mangueiras luminosas
Em busca de uma noite prazerosa,
Com a minha pseudo-namorada.


Já no salão da casa assobradada,
Dança, com alegria dolorosa,
"Me" abraça, com tristeza calorosa.
Naquele momento, ela é minha amada.


Despe-se dos seus trajes sensuais,
Entregando a mim o seu corpo inteiro,
Fingidos sussurros ocasionais.


Obscuros "Te adoro" por dinheiro,
Melancólicas paixões tão venais,
Pálida sombra do amor verdadeiro.

(Jorge Eduardo Magalhães)



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