Tento dominar o meu fascínio,
Por esta tua imagem rutilante,
Algo que surge em mim tão incessante,
E que vai muito além dos meus domínios.
Contemplação além do raciocínio,
Veneração pueril e constante,
Presença tão perto e tão distante,
Propensa de tamanho predomínio.
A saudade um amargor que destila,
Entre o doce e o amargo que se prova,
Inspiração que em meu eu cintila,
Reluzindo sonetos e trovas,
Entre os versos que a pena assimila,
O mais belo lume que se comprova.
(Jorge Eduardo Magalhães)
Meu conto Carta Hum na revista portuguesa ECOS DA PALAVRA Nº 2
(Páginas: 81-82)
O amanhecer me traz primazia,
Vem surgindo a luminosidade,
E algo tão belo em meu "eu" invade,
Da mais involuntária euforia.
Minhas reflexões do dia a dia,
Fluem com muita naturalidade,
Uma enorme e doce serenidade,
Com aquela mais suave harmonia.
Os pensamentos vão se iluminando,
Alguma inspiração resplandecendo,
Uma luz que vai disseminando,
Os meus versos que vou escrevendo,
Algo encoberto que vai me inspirando,
Toda uma nobreza que me rendo.
(Jorge Eduardo Magalhães)
Aquele filé mignon picadinho,
Os ingredientes já separados,
Na véspera muito bem temperads,
Com alho, sal, pimenta e cominho.
O champignon já ali cortadinho,
O molho de tomate preparado,
Jogado no filé já refogado,
Um enorme prazer que sempre cozinho.
Ponho, champignon e molho madeira,
Para completar os ingredientes,
A lata de creme de leite inteira,
Misturando de forma consistente,
Adquirindo uma cor trigueira,
Servindo-o num recipiente,
(Jorge Eduardo Magalhães)
Fico pensando em momentos ardentes,
Com aquele gostinho de pecado,
Um enorme desejo exacerbado,
Imaginando teus beijos quentes.
Volúpia sensual e veemente,
De lábios com libido beijados,
Nestes meus devaneios inflamados,
Em meus braços, deliciosamente.
Naquele mais devasso deleite,
Visualizando cenários mudanos,
Não há melhor alcova que se deite.
Um misto entre o sagrado e o profano,
Sonhos que não tem o que não se aproveite,
Quimera entre o racional e o insano.
(Jorge Eduardo Magalhães)
Fico aqui a sonhar com teus beijos,
E dizer em teu ouvido "Te quero",
Aquele leve arrepio que espero,
Despertando o mais tenro dos desejos,
O mais doce e suave cortejo,
Todo um libido que vocifero,
Um aroma sensual prolifero,
O mais ardente dos nossos ensejos.
Penso em ti com aprazível luxúria,
Estando em meus braços envolvida,
Beijando-lhe com amor e fúria,
Da cabeça aos pés, de forma incontida,
A tua ausência é minha injúria,
Esta minha vontade proibida.
(Jorge Eduardo Magalhães)
Apesar de todos os pesares,
Na nossa interna viagem plena,
Dentro da pseudo paz serena,
Entre obstáculos e andares.
Diante de tantos disparates,
Com tamanhas loucuras amenas,
Na grande incerteza que nos acena,
Naqueles silenciosos bailares.
Entre trajetórias e paisagens,
Oscilando na razão e loucura,
A mais insana das viagens,
Mexendo com toda uma estrutura,
Versos tórridos que em mim reagem,
Vão aguçando a literatura.
(Jorge Eduardo Magalhães)
Sinto-me aqui, por ti abraçado,
Nas tão sutis palavras que alentam,
Na força que este meu "eu" sustenta,
Ficando tão leve e agraciado.
Neste ciclo, repleto de cuidado,
Mesmo distante, és sempre atenta,
Tão belo que o coração não contenta,
Como o mais lindo sonho dourado.
Vens trazer em mim teu acalanto,
Mesmo em um dia a dia vazio,
conseguindo cessar o tão mudo pranto,
Nestes derradeiros dias frios,
Daquele desânimo me levanto,
Sanando aos poucos meu desvario.
(Jorge Eduardo Magalhães)
A tua preocupação sutil,
É algo que em mim revigora,
E que veio exatamente em boa hora,
Essencial como nunca se viu,
Uma alegria que em mim existiu,
Vai me reconstituindo agora,
Minha debilitação melhora,
Linda felicidade que ungiu.
A tua doce preocupação,
Surge tão repleta de sutileza,
Vai conquistando meu coração,
Devido a tanta delicadeza,
E me trouxe tamanha emoção,
Com muita resplandecência e nobreza.
(Jorge Eduardo Magalhães)
Lembro de toda nossa breve história,
Estas tão doces recordações,
Raros momentos, lindas emoções,
Uma maravilhosa trajetória,
Que ficam arraigadas nas memória,
A mais inesquecível das paixões,
Entre beijos e declarações,
És minha alegria, és minha glória.
Apesar de toda essa distância,
Os teus olhos brilham em meu ser,
Pois tens, para mim, tanta importância,
Que vai fomentando o meu viver,
Pensamento que surge com constância,
Meu amorzinho, meu bem querer.
(Jorge Eduardo Magalhães)
Neste corpo aqui que está tão cansado,
Repleto de dúvidas e incertezas,
Vem despertando uma enorme tristeza,
Destes meus dias enclausurados.
Porém, meu coração fica inspirado,
Apesar de tamanha fraqueza,
Aguçando toda uma destreza,
Mente forte, porém debilitado.
Reservo o claustro para refletir,
Procuro trazer em mim esperança,
Renovando todo meu existir,
Algo que o âmago não alcança,
Aguardando um novo tempo surgir,
Tão repleto de paz e de bonança.
(Jorge Eduardo Magalhães)
Infectado pela pandemia,
Na solidão do gélido leito,
Foi emergindo em mim algum efeito,
Algo dentro do meu "eu" surgia.
Entre as febres e as noites frias,
Naqueles delírios imperfeitos,
Diversas reflexões e conceitos,
Inspirações que em meu âmago ardia.
As medicações e perdas de acesso,
Devido minhas tão finas veias,
Aguçaram em mim forte processo,
Que minha alma, ainda sã, tanto anseia,
Criando em minha mente belos versos,
De uma forma tão precisa e alheia.
(Jorge Eduardo Magalhães)
