SONETO DA NEGAÇÃO

Não mais lhe enviarei corações

Nem muito menos, flores virtuais,

Versos a ti, não farei nunca mais,

Não revelarei minhas emoções,

Beijos no sorriso e outras menções,

Eu não irei lhe desejar jamais,

Não mais direi que "te adoro demais",

E outras singelas declarações.

Não mais te aguardarei a noite inteira,

Não vou mais contemplar a tua imagem,

Com minhas declarações verdadeiras,

Não farei a ti mais homenagem,

Mas te confesso que por mais que eu queira,

Tudo que disse, não terei coragem.

(Jorge Eduardo Magalhães)

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

Ilumine teu coração 

E pare para  refletir,

Com boas novas para ti,

Na Sexta-feira da Paixão!

(Jorge Eduardo Magalhães)

FLOR DE ABRIL

Soneto do meu romance O sonetista, cujo narrador-personagem é um poeta. Tenho a pretensão de publicá-lo em 2021 e aproveito o dia de hoje para postar este poema para apreciação:

Doce e melíflua Flor de Abril,

No nono dia deste mês floresce,

Entre todas do jardim resplandece,

A mais bela como nunca existiu.

Inspiração como jamais se viu,

Meu "eu", à tua existência, agradece,

Minha poesia a ti, uma prece,

Contemplá-la é minha missão servil.

És a mais bela de todas as flores,

A tua presença não se resume,

Aos bálsamos com singelos frescores,

Pois tens o mais suave dos perfumes,

Precisos tons e entretons de cores,

O mais nobre e resplandecente lume.

(Jorge Eduardo Magalhães)

SONETO DOS FILHOS MAL EDUCADOS

Na quarentena, pais estão surtando,

Pois seus filhos chatos estão em casa,

Porque eles não cortaram as suas asas,

E o abuso deles aturando.

Sendo assim, pais estão vivenciando,

Tudo aquilo que aturamos em sala,

Na turma barulhenta que não cala,

E, por isso, agora, estão reclamando.

Isso mostra à nossa sociedade,

A falta de limites dos descentes,

Pois muitas vezes se esconde a verdade,

Os genitores são indiferentes,

Agora os aturem, é necessidade,

Por favor, não sejam impacientes.

(Jorge Eduardo Magalhães)

Neste período de temor agudo,

De tanto terror, tanta pandemia,

Também de paranoia e histeria,

De tanto radicalismo agudo.

Dá muita vontade de ficar mudo,

Não transparecendo nossas agonias,

Que nos assolam neste dia a dia,

Dando vontade de abandonar tudo.

Não vamos nos tratar com indiferença.

Esquecermos razões ideológicas,

Reunirmos vários credos e crenças,

E as vertentes religiosas,

A união nos trará recompensas,

Pois esta é a decisão mais lógica.

(Jorge Eduardo Magalhães)

SONETO NOBRE E RESPLANDECENTE 11

Sozinho aqui neste compulsório exílio,

Recordando da tua bela imagem,

Teu nome reluzente, uma miragem,

Cinco letras repletas de brilho.

Entre "Eles", "Enes" e "As", meu auxílio,

Tão melodiosa e doce viagem,

Nos versos crio ilusórias paisagens,

Deste bucólico e lírico idílio.

A nobreza que aguça o meu lirismo,

Vem este forte lume reluzindo,

Trazendo-me um recente saudosismo,

Merencória ausência que vem surgindo,

Minha poesia, meu aforismo,

Inspiração vinda de um sonho lindo.

(Jorge Eduardo Magalhães)

Nestes tempos de tanta insegurança,

Converta as dúvidas em certezas,

A hostilidade em delicadeza,

E todas agonias em bonanças.

Transforme o ceticismo em esperança,

Livrando-se de qualquer tristeza,

Migre da rispidez para a leveza,

Naquela mais melodiosa dança.

Ao amanhecer, vá brindar o dia,

Pois é tempo de se reinventar,

Esqueça aquilo que te entristecia,

E só coisas boas a divagar,

Contemplar a luz que nos irradia,

Um novo tempo que vai começar.

(Jorge Eduardo Magalhães)